quinta-feira, outubro 19, 2006

Seria eu desleal, se eu me calasse, quanto à política

Há uns meses, escrevi:

"(...)

"É que os jornalistas não estão conseguindo, nos recentes dias, desvincular qualquer assunto que envolva o pavilhão brasileiro, de política, e sempre misturam as coisas, esperando encontrar deixas de denúncia de parcialidade. Mais parciais do que os que não gostariam de ser parciais nem mesmo em segredo são os parciais a priori do contra.

"Estamos precisando de jornalistas imparciais, e de jornalistas com carreira. (Pois não tem problema terem personalidade polêmica, se têm carreira.)

"CRÍTICO DE JORNALISMO

"Não posso dizer que sou a pessoa mais .. suportável que existe... não, de modo algum!: sou insuportável, por vezes.

"ASSUNTOS AMENOS

"Livraria, música. Que seria de mim sem as amenidades da vida?

"(...)"

PENSO que dou um bom parecer a respeito de política se eu falar um pouco do jornalismo, neste segundo turno das eleições presidenciais brasileiras.

Os jornalistas estão de parabéns!

Graças a eles, a disputa está diminuindo, pois as críticas aos ataques que os políticos vinham fazendo uns aos outros está fazendo os dois candidatos (e/ou sua(s) consultoria(s)), em suas auto-críticas demonstrarem quem são de modo mais puro.

O jornalismo foi cruel com os atletas, mas com os políticos não precisaram. (Os políticos estavam tão cruéis uns contra os outros, que parece que isso gerou nos jornalistas em geral, alguma atitude espontânea de consciência, que os leva a mediar e atenuar as agressões entre políticos.)

As eleições estão se tornando mais interessantes, até, à medida que avançamos para o segundo turno. Graças ao jornalismo brasileiro!

(Ainda esperamos que a(s) consultoria(s) dos candidatos, ou os próprios, tenham uma crise de consciência mais acirrada, e decida -- de todo -- não atacar o outro. Isso demonstraria algum mérito verdadeiro em voto para algum dos candidatos, uma vez que, até agora, eu, eleitor, dou voto a um deles, mas com paciência porque, apesar de não precisar, ataca seu oponente, por mera impaciência. Se eu não tivesse pecados, até diria em quem vou votar...)

G.O.
outubro de 2006

PS. Espero poder falar de assuntos amenos, depois de tudo isso.