segunda-feira, dezembro 29, 2008

amargûra, #1

ou "Por que fui brincar de amar?"
~ ou ainda,

"CÂNTICO DE UM AQUEU AFLITO"

Estou cansado de sofrer
estou cansado de viver
como se não fizesse diferença
Estou cansado de viver
como se não fizesse diferença
viver ou morrer
Estou cansado de ser tratado
com a indiferença dos tolos
com a crueza com que os urbanos
(eu)
tratam os que pedem esmolas nas ruas
Estou cansado, porque não sou pedinte
não sou pedinte, não peço nada
não peço comida, não peço vida
não peço alegria, não pedi paz
não pedi nada mais do que a pena que me traz
a escrever o poço dos miseráveis que perderam
as tripas nas paixões malogras e insanas
das tristezas profanas que algum deus ignaro
despejou num mundo de fantasias e enganos
E eis que sofro, por causa
dos meus próprios erros
e não há deus a quem eu possa culpar
não há deus a quem eu possa recorrer
porque fui eu mesmo quem cavou a fossa
não sem arte ou sem alguma bossa
de escrever versos afins, para a tristeza mútua
de alguns
que penaram as mesmas coisas
que todos os que sofreram
de amores
infantis
e bons

2 Comments:

Blogger Jonga Olivieri said...

A alegria e a dor. O prazer e a amargura. O amor e o ódio são coisas que caminham lado a lado.
O importante é acreditar!
Vivemos dias de transformações em que os sentimentos têem sido relegados a plano secundário. Em que as mulheres em busca de seu "lugar ao sol" inverteram alguns valores.
São momentos também, em que o capitalismo pós-moderno (em plena barbárie) destrói a grande ilusão do viver...
Mas, vivamos mesmo assim.
Em tempo: belo poema!

terça-feira, dezembro 30, 2008  
Blogger Jonga Olivieri said...

E... importante: continue a tentar.
Muito embora essas coisas apareçam sem muita procura. Apenas surjam "num dia qualquer, qualquer hora, ventania em qualquer direção", sem mais, sem menos.

domingo, janeiro 11, 2009  

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