sexta-feira, junho 30, 2006

Fim do ÓCIO através de atividade diferente do NEGÓCIO

Rio de Janeiro, 30 de junho.

Os antigos (quinto centênio da fundação da Cidade, isto é, Roma, que corresponde, mais ou menos, ao terceiro centênio antes de Cristo) não consideraram o ócio algo nocivo à cidade. Esse conceito foi introduzido por influências orientais, possivelmente hebréias, através, por exemplo, de escritos do rei Solomo (conhecido como Salomão), do antigo reino de Iisrael, com sede em Ieru'salem, que escreveu um escrito intitulado "O q'ohelet", no qual diz que "ao homem não há nada melhor do que a recompensa do seu labor". Os romanos tiveram problemas com aceitação do ócio, que foi, no caso da famosa geração de Augustus (primeiro príncipe da ampla Roma-européia), de mínimo modo solucionado pelo agora lendário patronado de Maecenas para com alguns poetas e intelectuais da geração, que se tratavam, mui' possível, de simples maneira, o círculo de amigos mais próximos do príncipe, ou do patrício, ou de pessoas que eram cooperadores no ideal augustano de projeção da Roma e da cultura romana como ele pensava e desejava, junto com seus idealizadores e realizadores, dentre os quais, o próprio Maecenas.

Estou dizendo tudo isso pelo simples fato de que, depois de vinte centênios passados, eu, indivíduo pós-medievália, pós-Renascença, pós-Revolução-francesa, pós-revolução-industrial, pós-modernidade, sinto-me terrível mente incômodo em estar, como as pessoas dizem?... desempregado. (Palavra que está se tornando anátema, na cidade moderna.) Estar desempregado é uma das piores maldições do "mercantilismo pós-industrial". Não ser empregado é como não ser ocupado. Como ser desocupado e acomodado.

Ora, isso me fez pensar, em meio à depressão de meu fim de curso, em 2003, quando me formei, que eu queria entrar para o mundo dos negócios, do qual gosto, e que, contudo, me repeliu, por não apresentar eu um perfil ... dinâmico, talvez, avaliação minha, de acordo com o desejado por tal ambiente de serviços. (Isso, fora os fatores circunstanciais -- digo mesmo, o azar que tive, por ter tido um patrão ausente e irresponsável, por cuja insensatez paguei eu, naquele momento --)

A demissão, por outro lado, levou-me ao estudo (ocupação do ócio com atividade intelectual), que veio a culminar numa adesão primária a um Programa de Pós-Graduação, junto a universidade qualquer, que não cabe mencionar aqui.

Há dois modos de ocupar o ócio: com a negação deste, ao que os antigos chamaram, e que é ainda utilizado, a negação do ócio, o neg'ócio; &, por outro lado, o homem de mente descobriu que seu próprio sofrimento pode conduzir ao ócio dedicado, o que os romanos chamavam 'studere', isto é, "estudar (algo)". ('Studere' tem, no pensamento romano, o sentido de "dedicar-se (à observação e descrição de algo)".) Algum discípulo de E. Durkheim (com trema, no "u", pois o nome é germanês...) chamou isso de "o ócio criativo". Eu chamo de mestrado.

Oh, como sinto falta dos meus dias de livreiro! Hão de voltar, pois o trabalho, disseram outros, dignifica o homem, e eu concordo com isso. E o negócio é, para mim, mais trabalhoso do que o ócio dedicado.

terça-feira, junho 27, 2006

26, ficha no. 2 [do DIÁRIO]

"Desabafos permitidos", e outras coisas

Estabilidade consiste em capacidade de crescer e diminuir, de acordo com a necessidade de adaptação circunstancial. O paradoxo da cidade moderna é que ela oferece a possibilidade de crescer, e facilita isso, até, porém, quando o homem necessita diminuir para adequar-se a uma condição que lhe manteria estável, pois tem então ele de abrir mão de algo a que se apegou, devido à própria propaganda e facilidades oferecidas pela cidade. E torna-se extrema mente doloroso, de simples modo, diminuir. A novidade?: nenhuma; senão, talvez, que descobri que, até pra se tornar menor, neste mundo, faz-se necessário pagar um tributo. Constrangedor, não?

Coisas deste tempo.

G.

sábado, junho 24, 2006

(intervalo)

Terei de fazer um intervalo. Espero retomar contatos em breve.

Seu editor,
G.

RJ

quinta-feira, junho 15, 2006

(para não passar em branco)

PARA NÃO PASSAR EM BRANCO

Alguém se lembra aí do 7 de setembro? Alguém se lembra do 15 de novembro?
É "copa do mundo".

Alguém se lembra de xingar o presidente?

Alguém sabe o que ele está fazendo da vida, esses dias?

É crime se ele tiver tirado férias pra assistir os jogos da copa mundial?

É crime se ele decretar um mês de feriado nacional?

"Na alegria e na tristeza", brasileiro. As pessoas gostam de xingar o presidente,
mas quem gosta de lembrar que ele é só uma pessoa, antes de ser presidente?

Alguém veste verde e amarelo nos demais 47 meses dos quatro em quatro anos de intervalo?

Alguém lembra de não xingar, de não falar mal, quando se descobre que se está vivendo
o primeiro governo em verdade democrático, tão sonhado, e que democracia é exato o que estamos vivendo?

Direito de criticar.

(Criticar vem de palavra grega que tem relação com juízo, e julgar.)

Você sabia que -- lembro -- uma crítica pode ser construtiva?

Que pode acrescentar? Que pode ser usada pra melhorar? Mas como reagimos às críticas que nos são feitas?

Alguém está se importanto em falar mal do tal craque do futebol? Bom: pelo menos, uma vez a cada 47 meses, as pessoas falam mais mal de uma outra pessoa qualquer do que do presidente.

Isso é ser presidente do Brasil.
Isso é ser patrão, no Brasil.
Isso é ser líder, no Brasil.

Outro dia, jornalistas ofenderam minha nacionalidade, dizendo que ser técnico da seleção brasileira era algo mais importante do que ser presidente da república.
O treinador disse: "é, eu tenho que cuidar de umas duas dúzias de pessoas, e o presidente, de umas dúzias de milhões de pessoas... talvez eu seja mesmo mais importante do que ele!..."

O que aconteceu mesmo no dia 7 de setembro?
O que aconteceu no 15 de novembro?
Será que em 1888 aconteceu alguma coisa?
Qual é mesmo a data?

Mas a multidão prefere o que acontece de quatro em quatro anos.

QUANTO A MIM?

De minha parte, eu estou tentando superar meu preconceito pseudo-intelectual(óide), p'ra conseguir vestir verde-amarelo, junto com a multidão e
pelo menos uma vez na vida -- de quatro em quatro anos --
fazer parte dos milhões e milhões de brasileiros, uma multidão.

Um povo. Não somos uma nação, pois, se fôssemos, seríamos portugueses, e nossos racismos seriam declarados, mas um povo, pelo menos isso nós somos.

Pelo menos de quatro em quatro anos.

(Por consciência da multidão... fora as torcidas "do contra" que não conseguem superar esse... preconceito, e preferem insistir no pseudo-intelectual(oid)ismo.)

De minha parte,
abdico da intelectualidade aqui.

Meu chapéu verde & amarelo está recuperado, da copa da Coréia-Japão.

Não: nem mesmo na copa do mundo quererei eu sair deste país. Eu o amo.

Do mesmo modo que amo a alegria da música folk irlandesa;
assim como amo a musicalidade da língua Czeca.
Assim como estou triste porque a China não entrou na copa mundial de futebol,
mas, penso, quem sabe eu ainda vá à China, conhecer Pequim...

Pequim... Um sonho distante.
Gosto da idéia de passar uns meses em Dublin, e acredito que ainda consiga, nesta curta e única vida.
Alguns em Praga.
Moro no Rio de Janeiro. Sou natural daqui, e aqui pretendo morar toda a minha curta e única vida.

Como de costume,
MELANCOLIA.

(180.000.000; 13 de maio.)

sexta-feira, junho 09, 2006

(retomando_'fôlego)

Foi um mês ... desgraçado, no bom sentido, o mês que passou. Não tive coragem pra nada, além de me concentrar p'ras provas que tinha a prestar. Estou recobrando a consciência. Acho que passei um mês em ... outra dimensão, aprisionado, e de mãos atadas.

Exagèro. Bom, costumo exagerar, mesmo. Soy persona de 8 & 80. Não encontro os trinta e poucos de jeito nenhum. Até estou encontrando modos de manter equilibrios, onde necessários, mas, até confesso, nos lugares necessários, não sou em grande desequilibrado, nunca fui.

Correções fazem parte da vida, penso. Precisei corrigir rumo, há uns anos, e isso, apesar de ter me desgovernado algumas coisas, me acertou o rumo, pra que eu viesse a poder, dali em diante, acertar a linha. (Confesso que prefiro ter desgovernado quando fui desgovernado, do que se tivesse em "governo" antigo até hoje, pois o governo antigo, na minha vida não era bom, não importa a propaganda que eu fazia.)

Abstrações.

CONCRETUDES

O concreto, disseram os humanistas, não existe. Desmancha no ar. Eu não sou humanista. Sou humano, e as pessoas confundem.

Se há algo de concreto na minha vida, eis: evito os 'ismos. Não gosto deles, e, bom, terei de conviver com alguns até que a morte me separe deste mundo, mas ficarei em verdade em verdade feliz, quando puder sair deste mundo, e deixar os 'ismos pra trás. Para sempre.

E viverei feliz para sempre!

:^)

SEMPRE

O sempre, disseram os ... cientistas, não existe. Concordo com eles, pois os cientistas descrevem o visível, e o visível teve início, tanto científico quanto religioso. Psiquiatria ganhou credibilidade pra mim quando um psiquiatra me explicou, de modo convincente, que a disciplina é ciência, mesmo apesar de profissionais ruins que confundem os métodos com interdisciplinaridades inconvenientes.

Que posso fazer? O mesmo acontece no meu campo de estudo... Não gosto de sociologia como ciência, mas é ciência, e eu não posso fazer nada. No lugar de sociologia, eu uso filologia e alguma versão antiga da geografia. E assim me ajeito.

Tenho ... aversão a filósofos modernos. Sociólogos se incluem em tal categoria. Também não gosto do jornalismo: parece carnificina! As perguntas que fizeram ao treinador da seleção brasileira ofenderam à minha nacionalidade.

E não sou nacionalista!, o que significa que eles real modo passaram dos limites...

É que os jornalistas não estão conseguindo, nos recentes dias, desvincular qualquer assunto que envolva o pavilhão brasileiro, de política, e sempre misturam as coisas, esperando encontrar deixas de denúncia de parcialidade. Mais parciais do que os que não gostariam de ser parciais nem mesmo em segredo são os parciais a priori do contra.

Estamos precisando de jornalistas imparciais, e de jornalistas com carreira. (Pois não tem problema terem personalidade polêmica, se têm carreira.)

CRÍTICO DE JORNALISMO

Não posso dizer que sou a pessoa mais .. suportável que existe... não, de modo algum!: sou insuportável, por vezes.

ASSUNTOS AMENOS

Livraria, música. Que seria de mim sem as amenidades da vida?

INTRO'

Concluída.