quinta-feira, setembro 27, 2007

--\| mudanças /--_

A operação deste blog passará para terças ou quintas, de acordo com possibilidade.
Peço espera.

Grato pela compreensão.

G.

sábado, setembro 22, 2007

06*19, tablínio | ou "desaguar"

06*19, tablínio
"Quijotescas", ou momento de ira #1

O mundo é cruel com todos os que vivem uma vírgula à margem dos códigos de estética. Chega a ser ridículo. Talvez eu tenha nascido na região errada do orbe, pois decidi usar as minhas barbas. Tenho 31, e achei que isso já era próprio. Porém, eu percebo que sou visto (e tratado) como um alienígena, um "estrangeiro", um bárbaro! ... Só porque tenho as barbas.
Talvez eu não tenha nascido para usar estas barbas que tenho, penso, mas, sincero? Combinam com a minha figura. (Com o meu nariz!) É uma pena que, até agora, eu sou a única pessoa que vê qualquer beleza e honra nas barbas que tenho.
Sou bacharel nas letras, livreiro por profissão ... Desempregado, e não usado pela cidade do meu tempo. Tenho até inglês fluente! De que adianta. Estou num beco escuro, sem saída, e com uma sarjeta desagradável para enfrentar.
O mundo é muito estranho. Eu poderia ser ... empregado (usado) para 1. livreiro, 2. professor de secundário, 3. professor de latim, 4. bibliotecário, 5. guia turístico, 6. vendedor, 7. redator, 8., poderia encontrar mais muitas funções em que a cidade poderia me usar, mas, até o momento, não tenho uso. O mundo é muito estranho.
Eu decidi não me mudar do Rio. Sou desempregado aqui. (Pois poderia buscar emprego em outros lugares, e, quando servi em editora, percebi que não era difícil sair do Rio, mas, como sou bairrista, não saio. Acho que estou sofrendo conseqüências disso.)
Às vezes me ponho a pensar sobre os mercados profissionais cariocas. (Livros, comércio.) É normal que tenhamos minguado. Deixamos de ser a capital, e a economia deixou de girar em torno do Rio de Janeiro, tem uns ... meio centênio, mais ou menos. Puxa!: bem que estava na hora de o Rio superar essa ... mágoa, vcs não concordam comigo? E entender que a economia nacional não vai mais girar em torno do Rio, que o Rio deixou de ser o centro do Brasil, e que o centro do Brasil passou para o centro do Brasil, que é Brasília.
Oh!
Mas me parece que a cultura carioca ainda não entendeu que nós não somos mais "cidade importante", mas nos tornamos apenas mais uma. E ninguém brilha por título, muito menos por títulos que não tem mais.
Se não somos mais a capital há mais-menos cinqüenta anos, e se a bossa-nova carioca morreu tem mais de vinte anos (porque, convenhamos que o fim de carreira do A. Jobim não foi gloriosa ...), devíamos estar pensando em valorizar a população carioca que vive nestes dias, e não de viver do passado, ou do medo de um futuro incerto -- que é o que domina o comerciante "de classe média", o comerciante burguês. (Porque o vulgo não está nem aí para as decadências econômicas.)
Mas o burguês carioca vive, hoje, com medo de algo inevitável: queda do padrão de vida.
Há um bom tempo, eu passei a usar o sistema de saúde pública, porque vi que não tinha cifrões para viver de pagar planos de saúde, como a geração de meus pais, burguesia frustrada, ainda acha que vai conseguir sustentar. Não posso dizer que eu goste ... Posso dizer que eu não tenho opção, e que gosto de viver na re(alidade). E a rê é esta: estou desempregado. Minha família foi rica há ... duas ou três gerações atrás. Agora, somos endividados os que querem continuar a achar que são ricos, e desempregados os que lutamos para viver com os pés no chão ... Qual será o meu problema? Será que estou mais fora d'água do que imagino? E eu nem sabia que era um peixe, mas, ora, no Rio de Janeiro, que poderia eu, por qualquer ventura, vir a ser?

sábado, setembro 15, 2007

[status_quo]

Todos os livros encontram-se parados, por falta de recursos.
Dois livros registrados e não publicados: Ensaios, & Ensaios II.

A vida é boa, mesmo assim! (...)
Mesmo com as muitas vaidades. / Mesmo incapaz de produzir mais vaidades.

Como não posso produzir, no momento sou apenas consumidor.
Recomendo "As aventuras do capitão Jack Sparrow", vulgos contos sob rótulo de "Piratas do Caribe". Tenho o primeiro filme, e o segundo, e aguardo ansiosa mente a chegada do terceiro! Excelente passa tempo! ... O mundo até é cruel, mas, pelo menos, existe a arte.

Quem sabe, na segunda eu acordo com um emprego! :^)
:^.

A vida é boa mesmo assim. (...)
Mesmo com as necessidades. / _ -x- / G. / 07xxi09*15

06*18, c

06*18, c
Assuntos de blog, & outras coisas

Desde que escrevi meu primeiro livro, passou-se pela minha mente que "eu podia publicar como blog", porque é um livro de ensaios, e um blog é algo bastante parecido com um livro de ensaios.
Depois que comecei a escrever em especial para o blog, percebi que há diferença entre livros e blogs, há diferença real entre ensaios escritos para livro e ensaios escritos para blog.
Isso é uma constatação interessante, pois, aparentes vistas, já há pessoas defendendo que não. Contudo, sim, há diferença entre um livro e um blog, mesmo que seja um livro de ensaios, coisa com que o blog se assemelha muito.
Devo esclarecer, contudo, que nem todas as pessoas entenderão isso. É algo claro para mim porque eu não escrevo apenas blog, mas escrevo livros também, e ... conheço a diferença. E quem escreve livros, sabe do que estou falando.

Escrevi quatro livros, e estou trabalhando em outros. Registrado em biblioteca pública, até este 18 de junho, apenas um, o Livro à venda. (Os outros não posso dizer quais são, pois ainda não estão registrados.) O Livro à venda é um livro de ensaios. Depois dele, escrevi um outro, muito ligeiro, que é um livro de diálogos. Depois, comecei a escrever um segundo livro de ensaios, que não concluí. Está em aberto. Acredito que me porei sobre ele, quando puder, e pretendo terminá-lo, mas ainda não tenho previsões. Escrevi um outro livro ligeiro, que foi um segundo livro de ensaios, e que é seqüencial ao Livro à venda. Esse terceiro livro me abriu caminho para a escritura de um quarto livro, que é um "livro dos meus sonhos", o livro, ou parte dele, que eu sempre quis escrever. Conclui esse quarto livro, que me abriu caminho para um quinto livro, que será de escritura vagarosa. (Não é como o livro que está parado, mas apenas vagaroso, e sem previsão de fim porque é livro "que vai acontecendo".) Fora esses, tenho dois projetos por começar, mas que dependem de financiamento. E tenho um projeto de ficção científica, que eu pensei que havia encalhado, mas que descobri que não ... Está, em verdade, quase concluído.

Eis os livros, portanto:

1. Livro à venda: ensaios, concluído & registrado
2. o livro de diálogos, concluído / sem previsão de registro
3. o segundo livro de ensaios, o "livro parado" ... parado
4. o terceiro livro de ensaios, e o segundo concluído, que tem como subtítulo "ensaios II", concluído, e aguardando fim da greve do MINC, para proceder à conclusão do registro
5. o livro que eu sempre quis escrever, concluído / sem previsão de registro
6. o projeto de livro "estórias do passado", em processo cotidiano de escrita
7. o projeto de livro "projeto alfa", aguardando financiamento
8. o projeto de livro "contos sobre o presente", projeto parado
9. o projeto de livro "ficção científica", quase-concluído / por registrar assim que fechar, dependendo da viabilização financeira
10. o projeto de conto "projeto beta", projeto em idéia

Notas.
i. Não mencionei (esqueci-me deles), os dois projetos "contos sobre o presente" e "beta", que são também livros em projeto. Há ainda uma terceira intriga-conceito, mas que muito provável ocasião, será anexado aos "contos sobre o presente". ii. Registrar livros também depende de financiamento. Alguns livros eu devo urgir para registrar e publicar, como são os casos do "ensaios II", e do "projeto ficção científica". Os demais não urgem publicar e, portanto, tampouco registrar. (Registra-los-ei mediante possibilidade financeira; interessa-me registra-los, mas é ... luxo. Apenas realização de consumo meu. Pois há livros que melhoram o mundo; esses urgem publicar. Mas há livros que são apenas vaidade.)

sexta-feira, setembro 07, 2007

ps

Interessante. Embora tenha escrito em junho o escrito anterior, neste mesmo dia, estava, mais cedo, antes de acessar estes dox, e de sequer saber que ia publicar isso hoje, pensando exata mente a mesma coisa: os meus planos de sair de casa. (A base é fogão, geladeira, máquina lava-roupas & armário.) Há a base e, depois, o wellfare-state, que se constitui em uma vespa & um qaiac, para remar na lagoa, todo fim de semana :^)
_ Mas, para isso tudo, é preciso um emprego. Recebi um bom contato, agora, e devo fazer-me presente segunda-feira. Os que me lêem, torçam suas toalhas em meu favor, pois, quem sabe?, agora vai!

G.O.

06*18, b

06*18, b
Maneira completa, maneira incompleta

Há duas maneiras através de que se podem fazer as coisas: uma maneira justa, e uma maneira improvisada. Isso é bastante notável em modos de casamento, nestes dias, e ninguém se importa mais com isso, aparentes vistas. Pela maneira improvisada, um homem e uma moça começam a namorar (ou qualquer outro acordo frouxo), depois passam a morar juntos, e, em algumas circunstâncias, se casam (com papéis), depois de um tempo morando juntos. Isso é tido como modelo, apesar de que seja deturpação dos valores da lei. Pela maneira justa, um homem conhece uma moça, e eles começam a namorar. Depois, o homem vê que a moça é boa para ele, e ele propõe que eles se casem (com papéis), para que ela possa mudar-se para a casa de sua família ou, pelo que é mais próprio, para uma casa que vão fazer juntos. Pela lei, uma moça só pode se mudar para a casa de um homem quando eles são casados (com papéis). Mas as pessoas não se importam com isso, nestes dias.
Isso, porém, é relevante, pois afeta as vidas de todas as pessoas ao redor do casal. Querendo ou não querendo, um casal que se casou (ou que nem se casou) da maneira improvisada passa valores confusos para todas as pessoas ao seu redor. Do mesmo modo, um casal que se casou do modo justo, mesmo sem saber, vive como justo, e consegue ser confiado por todos os que desejam a justiça. (Inclusive alguns dos confusos, pois muitos dos que não se casaram, mas apenas passaram a viver juntos, nem sabem muito bem porque não se casaram, e, em seu íntimo, gostariam de ter feito a coisa do modo justo, apenas não tiveram senso moral para isso, e desprezaram a lei.)
Isso é assim, e é constatável.
Por exemplo, tenho um compe' emprestado, em casa. O compe' não é meu, mas é emprestado. Percebo que as pessoas que me o emprestaram gostariam que eu pensasse que "o compe' é meu", mas eu não consigo, porque acredito na lei, e na justiça, e sei que o compe' é emprestado. As pessoas não entendem porque me sinto assim. Eu me sinto assim porque conheço a verdade, não desprezo a lei, e tenho princípios morais.
Outro exemplo. Pessoas não entendem quando digo que não tenho a minha casa. É simples: eu moro na casa de meu pai, e não é a minha casa. Eu não tenho casa, pois sou um homem de trinta anos, sem emprego de profissão, e sem perspectivas na vida. Não estou conseguindo sequer me preparar para ir para a minha casa, como era quando eu estava empregado, pois, então, eu estava em movimento para ir para a minha casa, mas agora ... há um tempo sem emprego, já não estou nesse movimento, pois não tenho salário. Assim, quando digo que não tenho compe' em casa, algumas pessoas não reagem bem, pois há dois compes' na casa onde moro, porém: a. eu não moro na minha casa, mas na casa de meu pai; e b. um dos compes da casa não é meu, mas é emprestado. A maioria das pessoas não considera as coisas com esse grau de detalhe. Mas eu acredito nas coisas pequenas. Defendo a justiça, sem ser excessivamente justo. Vivo de maneira completa.

sábado, setembro 01, 2007

06*18, janela norte

06*18, janela norte
Declínio & Queda

Não é raro encontrar em livros de história títulos de capítulos como "Declínio e queda do império romano". Não sei quanto aos leitores deste blog (se é que há algum), mas acho que, periódica ocasião eu, o escrivão, passo por meus "declínios e quedas". (Talvez toda segunda-feira.)
(Não, eu não sou fanático por Garfield ... eu nem vi os filmes. Nenhum dos dois.)
(A única tirada que achei maneira, relacionada com o felino, é a referência sarcástica, em Shrek 2, em que os três (o burro, Shrek e o Gato de Botas) estão no balcão da taverna, "curtindo a fossa" porque a Fiona foi enganada pelo filho da fada madrinha, e nos suspiros dos três, o Gato de Botas, com uma caneca de grogue em ... patas, suspira "odeio segunda-feira!", em referência ao outro felino. A referência satírica é muito apropriada, pois é nonsense para o momento, como a série Shrek se propõe, de diversa maneira, e o Gato de Botas é uma figura que lembra em ligeiro, à do Garfield ... (A saber, por causa da cor, e das listras nas costas.) A referência é válida, e é engraçada.)
(Não gosto de sátiras, mas esse momento sarcástico, em particular, me agrada. Talvez porque eu não goste do Garfield, e ele é que é satirizado, ali.)
Vivo dias de aporias. Não me vejo saídas da inércia de vida (ou da falta dela) em que me encontro, e os dias apenas passam. Não há nada. Não há retorno, não há reciprocidade, não há alegria, não há ... Nada de bom. Apenas as tristezas. O blog devia chamar-se "Tormentos de Guga", ou, talvez, "A triste história do Guga". (Até me faz lembrar do blog de uma amiga ... "Era uma vez uma Patrícia". Não adianta procurar tal blog ... ela ... o deletou. Ou então casou, mudou, e não me convidou.)